25 de novembro de 2014

Avaliação: prêmio ou punição?

A superação da reprovação escolar e o papel da avaliação na aprendizagem são dois temas muito discutidos e de grande importância. Ainda seguindo o tema reprovação escolar, presente nos dois últimos posts, a avaliação se torna uma palavra-chave nesta pesquisa.

A forma como a avaliação é trabalhada em sala de aula, a prática e o projeto pedagógico que envolve as expectativas escolares e a reprovação ou aprovação tendo a nota como objeto ou caminho definidor, são realizadas de forma totalmente errônea no âmbito escolar e precisam ser questionadas, mudadas e pensadas como oportunidade para reflexão e transformação por parte dos educadores, tanto no âmbito escolar como no valor que lhe é atribuída.

Indico que assistam o vídeo a seguir e se atentem aos detalhes e figuras presentes no mesmo, pois a partir destes, é possível perceber que a avaliação considerada apenas como um meio de punição e rotulação do aluno, se torna o principal fomentador do fracasso escolar.


Sucesso e insucesso não são opostos, mas lados de uma mesma moeda.

A cada dia mais, os alunos pedem a noção da importância de estudar e adquirir o conhecimento, pois na sociedade em que nos encontramos atualmente, a nota e a aprovação estão acima de qualquer fator relevante no processo de aprendizagem, como por exemplo, as dificuldades reais do aluno e o reconhecimento de seu espaço enquanto educando. É preciso repensar a prática pedagógica e a cultura sempre pautada na aprovação acima de qualquer coisa, que vem sendo mais e mais imposta.

Pense nisso!

24 de novembro de 2014

Índices de reprovação, aprovação e abandono escolar - CIEP BRIZOLÃO 135

Ainda seguindo a discussão sobre reprovação e aprovação escolar, nos foi proposta uma pesquisa interessante e de grande importância informativa que tinha a ideia de conhecermos melhor a realidade das etapas escolares de uma determinada escola. A partir desta pesquisa é possível ver a evolução da escola ao longo dos anos, especificamente entre os anos 2010 até 2013, fazendo com que os índices sejam comparados e a ascensão ou decadência do ensino sejam evidenciados e fiquem claros para quem quiser e tiver interesse. 

Esta pesquisa foi baseada nos índices da escola municipal CIEP BRIZOLÃO 135 - Afonso Henriques Lima Barreto, localizado no bairro de José Bonifácio, no município de São João de Meriti, Rio de Janeiro. 

Os dados foram retirados do site QEdu, onde é possível pesquisar índices de qualquer escola que realize a Prova Brasil a cada 2 anos, estando disponíveis índices de aprendizagem, evolução de resultados e metas e  proficiência, assim como índices do censo, pesquisa pessoal e Enem. 

A partir desta pesquisa, é possível perceber que os índices de reprovação e abandono escolar crescem significativamente a cada ano e que as metas do Ideb, baseadas no aprendizado dos alunos em português e matemática e no fluxo escolar, em todos os anos, já listados anteriormente, não foram alcançados. Daí surge a pergunta: o que está errado? O que está faltando? Por que as metas não são alcançadas?  Acredito que seja de grande valia a reflexão em cima destas perguntas, pois a partir disto será possível entender que a culpa do fracasso escolar e escassez de resultados realmente significativos não é somente dos alunos, mas sim da prática pedagógica que está sendo imposta e realizada e da direção em torno de todo o âmbito escolar.

Segue o resultado da pesquisa realizada por mim e pela segunda integrante da dupla, Clara Campos, onde estão representados todos os índices da escola CIEP BRIZOLÃO 135 referentes a reprovação, aprovação e abandono escolar, nos anos iniciais, anos finais e no ensino médio:








4 de novembro de 2014

Aprovação x Reprovação: um caso a se pensar

A questão aprovação e reprovação escolar é um assunto que se faz presente durante todo o ano letivo no ambiente escolar e fora dele, está sempre no pensamento dos alunos, professores e todos os envolvidos no processo educacional e provoca opiniões diversas. 

O poder da reprovação, ao longo do tempo, se tornou uma forma de "domínio" por parte do educador, a forma que a maioria dos professores encontraram para fazer com que os alunos se envolvam e se comprometam durante o ano letivo. A reprovação se tornou o maior medo dos alunos e a forma de incentivo para que os mesmos estudem e cumpram com as tarefas que são impostas.

Trabalhos, testes, provas, projetos.. nada disso tem um real significado para os alunos, a importância fica por conta da nota. O verdadeiro aprendizado, as dificuldades enfrentadas, interesse pelo que está sendo ensinado.. nada disso importa. A avaliação que é feita de forma totalmente erronea no ambiente escolar gira em torno da nota adquirida em um trabalho ou uma prova e o erro, não é considerado como algo engrandecedor, como uma forma de ver o que precisa ser mudado e precisa de empenho, mas sim como falha e falta de capacidade.

Ao definir que um aluno não é capaz, ao atribuir rótulos referentes a notas, a qualidade do processo de ensino é perdido e daí surge a falta de auto-estima, interesse e confiança, tanto própria como por parte dos outros alunos, pais e professores para com o aluno "incapaz", dando a partir disso, um passo bem longo a caminho da reprovação, método considerado definidor de aprendizagem de um aluno. Grande besteira.

É possível, através de pesquisas, conhecer as porcentagens absurdas e assustadoras do numero de reprovações anuais no Brasil. A partir destas pesquisas, fica clara a falta de qualidade no ensino, a perda total de controle sobre o que é certo e errado dentro do ambiente escolar, a grave perda de consideração, preocupação real e afetividade do professor para com o aluno e o fracasso da organização escolar brasileira. O que é mais curioso é que mesmo com um índice alarmante de reprovação anual, nada muda, só piora.

Então, para que a a repetência seja evitada, é preciso:

  • Apoio continuo a aprendizagem;
  • Fim da recuperação;
  • Responsabilidade compartilhada entre as redes e as escolas;
  • Avaliação frequente do trabalho do professor;
  • Preocupação real com o desempenho do aluno;
  • Confiança nos alunos;
  • Monitoria professor/aluno;
  • Levantamento das necessidades de aprendizagem dos alunos;
  • Avaliações individuais desde o início do ano.

Tudo precisa ser repensado e o aluno deve ser entendido como capaz. O fracasso não está no aluno, mas sim no sistema de ensino.

Debate - Projeto Político Pedagógico

No dia 22/10, em aula, foi realizado um debate interessantíssimo em torno do tema: Projeto Político Pedagógico. Discutimos este tema em cima do texto: "PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA: UMA CONSTRUÇÃO COLETIVA" de Ilha Passos Alencastro Veiga.

Neste debate, que enfatizo novamente que foi interessantíssimo, foram expostos diversos pontos positivos e negativos a respeito do tema e dúvidas frequentes de nós, futuros educadores, puderam ser colocadas e expostas para a turma e através da discussão realizada, foram esclarecidas.

O projeto político pedagógico é um tema bastante discutido, pois é fundamental para que a escola consiga levar seus alunos ao caminho do aprendizado, para que a melhoria da qualidade de ensino aconteça. O PPP define a identidade da escola e também indica caminhos para a aprendizagem de sucesso. Ele é construído e vivenciado em todos os momentos e por todos os envolvidos no cotidiano escolar e em seu processo educativo.

Muito mais do que um simples formador de identidade da escola, o projeto político pedagógico deve ser pensado como uma forma de lançar para diante, pois ao construirmos o mesmo, planejamos o que temos intenção de fazer, de realizar e conquistar. É antever um futuro diferente do presente. É a organização do trabalho pedagógico em sua globalidade.

No debate, pontos muito importantes sobre o tema foram colocados em pauta e entre eles, um que achei de grande importância, foi a questão da estrutura organizacional do projeto político pedagógico na escola e como a reorganização da escola deve ser pensada. A escola é o lugar de reflexão, avaliação do processo educativo, porque a organização deve ser feita em cima da realidade dos alunos e não de uma ideia fixa. É preciso que haja participação dos educadores, pais, alunos e funcionários, para que a nova organização educacional, tarefa que possui um forte grau de ousadia, seja realizada e a melhoria da qualidade de ensino aconteça, trazendo benefícios significativos.

Para que este tema seja melhor entendido e para que você, leitor, tenha uma visão mais clara sobre como o trabalho deve ser feito no ambiente escolar para que o projeto político pedagógico funcione, acredito que o vídeo a seguir é de grande utilidade e possui grande base explicativa:
 

A seguir, seguem alguns links de escolas que tem seu projeto político pedagógico exposto para a comunidade interna e externa da escola e que são bem interessantes para análise e uma possível inspiração:


Então, o projeto político pedagógico deve ser sempre atualizado e pautado na melhorias que precisam ser feitas dentro e fora dos muros da escola e na realidade dos alunos, mas para que isso aconteça é preciso que haja uma revisão e avaliação frequente do cotidiano escolar.