4 de novembro de 2014

Aprovação x Reprovação: um caso a se pensar

A questão aprovação e reprovação escolar é um assunto que se faz presente durante todo o ano letivo no ambiente escolar e fora dele, está sempre no pensamento dos alunos, professores e todos os envolvidos no processo educacional e provoca opiniões diversas. 

O poder da reprovação, ao longo do tempo, se tornou uma forma de "domínio" por parte do educador, a forma que a maioria dos professores encontraram para fazer com que os alunos se envolvam e se comprometam durante o ano letivo. A reprovação se tornou o maior medo dos alunos e a forma de incentivo para que os mesmos estudem e cumpram com as tarefas que são impostas.

Trabalhos, testes, provas, projetos.. nada disso tem um real significado para os alunos, a importância fica por conta da nota. O verdadeiro aprendizado, as dificuldades enfrentadas, interesse pelo que está sendo ensinado.. nada disso importa. A avaliação que é feita de forma totalmente erronea no ambiente escolar gira em torno da nota adquirida em um trabalho ou uma prova e o erro, não é considerado como algo engrandecedor, como uma forma de ver o que precisa ser mudado e precisa de empenho, mas sim como falha e falta de capacidade.

Ao definir que um aluno não é capaz, ao atribuir rótulos referentes a notas, a qualidade do processo de ensino é perdido e daí surge a falta de auto-estima, interesse e confiança, tanto própria como por parte dos outros alunos, pais e professores para com o aluno "incapaz", dando a partir disso, um passo bem longo a caminho da reprovação, método considerado definidor de aprendizagem de um aluno. Grande besteira.

É possível, através de pesquisas, conhecer as porcentagens absurdas e assustadoras do numero de reprovações anuais no Brasil. A partir destas pesquisas, fica clara a falta de qualidade no ensino, a perda total de controle sobre o que é certo e errado dentro do ambiente escolar, a grave perda de consideração, preocupação real e afetividade do professor para com o aluno e o fracasso da organização escolar brasileira. O que é mais curioso é que mesmo com um índice alarmante de reprovação anual, nada muda, só piora.

Então, para que a a repetência seja evitada, é preciso:

  • Apoio continuo a aprendizagem;
  • Fim da recuperação;
  • Responsabilidade compartilhada entre as redes e as escolas;
  • Avaliação frequente do trabalho do professor;
  • Preocupação real com o desempenho do aluno;
  • Confiança nos alunos;
  • Monitoria professor/aluno;
  • Levantamento das necessidades de aprendizagem dos alunos;
  • Avaliações individuais desde o início do ano.

Tudo precisa ser repensado e o aluno deve ser entendido como capaz. O fracasso não está no aluno, mas sim no sistema de ensino.

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